quarta-feira, 16 de junho de 2010

Em Uma Galáxia Muito Distante


Acabei de passar a manhã inteira falando com máquinas! Como chegamos à isso? Onde a tecnologia vai nos levar?

Acordei agradecendo à TV pela feliz notícia da aprovação do aumento dos aposentados. Depois briguei veementemente com ela pela notícia, visivelmente manipulada, do fechamento do Banco Federal da Venezuela. Vim para o trabalho na companhia do rádio e cheguei
disposta à executar duas tarefas simples: marcar um exame e reservar uma sala para a reunião de sexta-feira (Eu mereço? Provavelmente sim!). O que parecia simples se tornou o pesadelo de uma manhã inteira.

À princípio, para o exame, falei com dois call centers. Em um dos laboratórios, a atendente só teria disponibilidade de marcar um exame de mapeamento cardíaco para o dia 21 de julho (o.O). Se a atuação do Brasil na copa não me causar um infarto até lá, os gols sem ângulo do Maicon vão! Tentei o segundo. Bem mais simples, mas como seria um encaixe, a atendente me pediu para contatar pessoalmente o plano de saúde para pedir uma senha de autorização. Fiz o solicitado. O atendente do plano praticamente riu dizendo que o laboratório é quem deveria fazer o pedido. Questionei e ele foi ríspido! Respirei fundo, não quero me irritar hoje. Mais tarde vou comer japonês, ver meus amigos e ouvir rock, não combina. Paciente ou ironicamente, disse a ele que iria recomeçar para que a gente pudesse se entender. Ele entrou no clima. Fui para o meu quarto Call Center do dia (o mesmo que o segundo) depois de duas tentativas onde o tempo de espera é inversamente proporcional à sua paciência, consegui um bom atendimento no terceiro. A menina, muito atenciosa, com um pedido de desculpas pela informação anterior equivocada, resolveu meu problema. Contabilizando: 6 ligações para Call Centers.

Segundo problema a ser resolvido: a reserva da sala de reunião. Incrivelmente, é necessário abrir um chamado de TI para usar uma sala que fica à 10 metros de onde trabalho. Deveria ser simples assim. Call Center 1: “Não é aqui, senhora. Ligue para...”. Call Center 2: “Para esta reserva, ligue...”. Call Center 3: “O número certo é...” O PRIMEIRO NÚMERO QUE EU LIGUEI!!! Parece piada, né? Desisti. Como disse, não quero me irritar, não vale a pena. Aliás, mudei o objetivo do meu dia. Meu objetivo agora é conseguir manter a calma. Não vale a pena, é por pouco tempo. Tudo vai passar e fazer mais sentido.

Sabe qual o mais interessante nessa jornada de conversas com máquinas e músicas de espera? Não tinha nenhuma opção de reserva de sala nos menus ou sub-menus que liguei! Em todos eles tive que informar meu nome completo, ID, telefone... Para quê? Receber um e-mail no fim de tudo dizendo que o chamado encontra-se miraculosamente SOLUCIONADO!! O chamado sim, meu problema não!

Quem já estudou basicamente matemática sabe que nas ciências exatas existem várias formas de alcançar o resultado, mas apenas uma resposta. A máquina não pensa. Se for oferecido um problema que ela não está programada para resolver, ela vai te ignorar e entrar em loop, ou colapso, se preferir, te levando diretamente para o início de todo o problema. Assim como em o Mágico de Oz, As Crônicas de Nárnia e tantos outros filmes, você volta ao início como se nada tivesse acontecido. Mas aconteceu! Você teve uma experiência terrível que te ofereceu algum grande aprendizado.
No meu caso foram dois. (a) Seja muito educado com os atendentes. Eles têm o poder de te jogar no olho do furacão. (b) NUNCA CONFIE NAS MÁQUINAS (!). Anakin Skywalker tinha um robô como melhor amigo e veja no que deu.

Tudo bem, não queria fazer a reunião mesmo...

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