quinta-feira, 8 de outubro de 2015

Ah, que saudade de um continho só meu! Há muito tempo não recorro a este espaço. Que bom que ele ainda está aqui. Fico feliz. A vida não tem sido uma aventura, apenas o cotidiano. Por isso a ausência. As experiências estavam tão isoladas na minha própria perspectiva que não valia a pena compartilhar. Agora as coisas mudaram. No dia 31/12/2014 descobri que estava grávida. A notícia surpreendeu, não era hora, ainda haviam muitos planos para serem realizados antes da doação que um bebê precisa – inclusive a financeira -, mas foi recebida com alegria. Para ser sincera, era uma vontade íntima de ambos, meu marido e eu. Hoje meu bebê, o Ernesto, tem 2 meses. O cotidiano voltou a ser uma aventura na minha vida e, por isso, retorno à este espaço. Ser mãe é estar na berlinda. Por mais que eu sempre tenha sido fora da regra, nunca me senti tão vigiada, tão julgada quanto me sinto agora. Talvez pela vontade de acertar com ele, mas essa é a questão, o que é acertar? No mesmo dia que soube que estava grávida, recebi a primeira porrada. Sou muito apegada a minha cachorrinha e ouvi que “agora você vai ter que se afastar da Sofia para ela não ficar com ciúme do bebê”. O QUÊ???? Indignação foi pouco. Como alguém sugere que eu vá ter que me afastar da minha filha? E ainda mais por um motivo desses? Se ela fosse um ser humano, será que também iam sugerir que eu me afastasse para que não ficasse com ciúmes do irmão mais novo? Mesmo sabendo que eu não ia me afastar dela, a relação deles foi uma preocupação durante a gestação e me preocupei a toa.
Ela cheirou ele e nem ligou. Ficou tão feliz de eu estar de volta em casa depois da internação para o parto que nem queria saber de nada. Nos momentos seguintes a curiosidade bateu. Ela cheirou ele e deitou perto. É o que ela faz todos os dias nesses 2 meses. Rolou até uma lambidela no pé dele. Minha preocupação é que ele machuque ela quando começar a querer agarrar as coisas. Bom, essa foi só a primeira de todas as asneiras que ouvi – e continuo ouvindo -, mal sabia eu que viriam muitas outras mais. A questão é que, a vigilância na vida alheia já é regra na sociedade de hoje, infelizmente, mas quando a coisa envolve criança, fica muito mais sério! As pessoas se acham no direito de interferir, na verdade, elas se sentem na obrigação. É como se elas sentissem a necessidade de proteger e informar como se isso fosse necessário. Lembro daquele comercial que tinham os macaquinhos que dizia para as pessoas não se calarem, prestarem atenção e denunciarem. Gente, isso é em caso de abuso! E é fundamental termos certeza de que se trata mesmo de abuso antes de denunciar, isso mexe com a vida das pessoas de uma forma muito profunda. É mais! É preciso saber se aquela mãe quer ser orientada sobre a situação dela. Junto com a barriga aparecem milhões de videntes determinando como será sua vida, sua rotina, sua relação com seu bebê, com seu marido, com seus pais, com sua vida social, seu trabalho... Gente, deixem as relações se construírem livremente. Eu, por exemplo, optei por não saber muita coisa, preferi o não saber para saber com ele. Não me importam as experiências de outras pessoas para construir minha relação com meu filho. Prefiro errar com ele do que me limitar na experiência do outro. É preciso respeitar as mães em suas escolhas. Escutamos tantas críticas às mães que deixam seus filhos com outras pessoas para se divertirem constantemente ou aquela que o coloca cedo na creche por mil motivos. Será que nunca ninguém parou para pensar que esta mãe pode ter desistido por não se encaixar num perfil pré-moldado a qual a impuseram? Talvez ela tenha se esforçado tanto em ser a mãe que a sociedade pinta, que se sentiu falha, derrotada. Somos impiedosos com as mães! O sentimento de incapacidade é praticamente intrínseco à maternidade. Essa estória de instinto materno, de que quando nasce um bebê nasce também uma mãe, é pura balela social. TODA MÃE, independente de etnia, classe social, idade, sexo etc. Se sente frustrada e incapaz diante dos primeiros choros do seu bebê. Pelo menos dos primeiros! A reação natural é dar o peito, mas, se o bebê não chora de fome, já era! Insegurança, incerteza, impotência... Tudo vai perturbar o juízo dessa mãe. E aí, cadê o instinto materno? Não era para o manual estar todo dentro da caixola dela e saltar involuntariamente diante das adversidades? Não, não é assim que a banda toca. A gente vai aprendendo a ser mãe desde pequena. Esses registros saltam na hora do aperto, mas e se surge uma situação nova? Já não temos responsabilidade suficiente em ter que manter aquele ser vivo tão indefeso e dependente em boas condições para ter que acumular julgamentos como carga? Por favor, antes de enfiar suas experiências goela abaixo em uma mãe, pergunte se ela quer isso. Por hoje é só, mas tem muito mais entalado aqui, muito!

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

A Serpente de Midgard




       O cotidiano não tem sido tão corriqueiro e a aventura está muito mais na minha cabeça, dentro de mim e nas próprias experiências de vida, experiências estas tão singulares que não vejo utilidade nem facilidade em compartilhar. Por isso esse espaço tem ficado em espera, mas, como li outro dia desses, esperar não significa desistir ou ignorar e esse sempre vai ser o cantinho para onde eu posso correr.

Passei o feriadão todo em casa, sem vontade ou possibilidade de sair, tentei me isolar no meu mundinho próprio buscando silêncio, paz e conforto. Bom, encontrei problemas com o silêncio, o isolamento e a paz.

Começando pelo silêncio. Quando queremos ouvir ondas, a chuva caindo na terra ou um show onde é impossível ficar na frente, agradecemos o fato do som se propagar, mas não precisava ser tanto assim. Na minha busca por silêncio, só o encontrei em parte da manhã. As tardes eram preenchidas por funks da pior estirpe, do nível mais baixo que um ser humano pode chegar. Meu querido vizinho é um adolescente, daqueles mais estereotipados possíveis e... bom, a verdade é que eu lamento muito por ele. O que ele não sabe é que não é o volume da música que me irrita, é a qualidade que me indigna. Saber que a cultura mais popular da minha cidade é subvalorizar as mulheres como um mero objeto sexual para satisfazer uma potência masculina que não é verdadeira, é criada - e muito mal-criada - por uma sociedade perversa que impõe padrões impossíveis de se alcançar. Como sintoma, vemos o uso de anabolizantes e viagras em todas as idades e sexo.

As letras pobres, banais, vulgares e repetitivas falam... bem, não era sobre sexualidade, nem erotismo. Sobre pornografia, talvez. Era sobre p#t@r!@ mesmo! De fazer inveja à qualquer pornochanchada dos anos 70. Além das letras com sílabas infinitamente repetidas para atingir a métrica empobrecida, gemidos e tiros são incluídos ao som que me recuso chamar música.

A sexualidade sempre foi tema nas artes. Na adolescência eu lia Gregório de Mattos. Nelson Rodrigues foi adaptado mil vezes para a televisão, já era nascida quando Wando estourou cheirando calcinhas, acho engraçadas as músicas de duplo sentido que meu pai e meu marido adoram, já vi o filme "De Olhos Bem Fechados", mas em tudo isso você percebe (nem que seja alguma coisa de) arte, de cultura, de ironia, de inteligência. Até a Tati Quebra-Barraco cantando "Daku é bom. Calma, minha gente, é a marca do fogão", é um trocadilho, tem alguma inteligência nisso. Não sei se foi a intenção dela, mas eu ainda vejo como uma crítica, que mostra que a maldade está nos olhos de quem quer ver. O que eu ouvi foi muito violento.

Pode parecer exagero, hipocrisia ou conservadorismo. Pensando bem, já me incomodei mais com isso tentando mudar as coisas, mas ando tão desesperançosa que acho que o que realmente me incomoda hoje é o fato disso afetar minha paz, reverberando em minha cabeça com pensamentos e análises sobre a consequência social disso tudo que pode parecer uma liberdade, mas essa liberdade é aprisionante em rótulos caros, muito caros, como Foucault expõe nos três volumes sobre sexualidade. A consequência? Funk ostentação, consumo, desigualdade, violência, coisificação* da mulher, estupro... e por ai vai. Não, não é só uma música para divertir, é uma ofensa à nossa capacidade de pensar e ser livre, quer dizer, ser um pouco menos preso por tudo isso que a sociedade nos impõe. Se fossemos realmente livres, faríamos sexo como queremos e não como e onde a letra nos diz que deve ser. Teríamos uma potência sexual natural e não essa superpotência que só se alcança com drogas. Dançaríamos essas músicas livremente, sentindo o efeito do som no nosso corpo e não rebolando engatados uns nos outros como cães cruzando. Isso deve fazer um mal enorme para a coluna também!

Quando ele liga o rádio, minha memória resgata uma música do Dishwalla, de noventa e tanto, que deveria estar defasada pelo tempo, e diz:


"Tudo sobre o mundo é o sexo
E é uma mensagem, da cultura popular
Contando todas as nossas crianças como fazê-lo direito
E por toda a sua inocência você pode se perguntar por quê?
por isso a necessidade?
por isso a necessidade de erotizar nossos filhos?
(Dishwalla, Pretty Babies)
Vídeo

À noite, como todo adolescente, ele sai de casa já bêbado para a "night", é meu momento de sossego. Ledo engano, é quando começam os cultos na Assembléia de Deus que tem próximo à minha casa. Na verdade, nem é tão próximo assim, são 500m, segundo o Google, mas não existem barreiras para o som e ele vem direto para a minha sala.

No mundo imundo em que estamos vivendo, penso que a fé seja fundamental. Não tenho preconceitos, realmente acho que todas elas levam à um caminho melhor do que o que estamos trilhando atualmente. Estou tão desesperada com a situação da sociedade que penso que seja importante acreditar em qualquer coisa! Só tem uma coisa que me incomoda nesse tipo de manifestação de fé, eles acham que Deus é surdo e que está fora de nós e muito longe e precisamos gritar à plenos pulmões para que ele nos ouça. Não estou falando das músicas. A música é um momento de entrega, é preciso se entregar sim. O problema são as pregações. Gente, será que é realmente necessário gritar desse jeito estando com um microfone na mão? Será que com toda a estrutura que aquela igreja tem não sobrou recurso nenhum para um isolamento acústico? Tenho um amigo responsável pelo som da igreja dele e me lembro bem que essa era uma de suas preocupações.
         Me remeto a outra música do Dishwalla, da mesma época, que se encaixa bem.


"Eu não quero falar sobre Jesus
Eu não quero continuar convertendo
Porque isso me faz sentir como
se estivesse falando com os pais do Charlie Brown"
(Dishwalla, Charlie Brown's Parents)

        Lembram como falavam os pais no desenho do Charlie Brown? "Wawawa wawa wawawa wa", uma onomatopeia significando que nada que os adultos falam tem sentido para as crianças. Hoje, nada do que se fala tem sentido algum para ninguém.

O que me incomodou mais, novamente, foram meus próprios pensamentos. Essa exterioridade divina e a necessidade de espetacularizar o que deveria ser uma experiência interior, uma rendição e não uma conquista. Isso fez mais barulho na minha mente do que a própria pregação.

Por falar em espetacularização, nos momentos em que tentava fazer meu cérebro calar a boca, buscava alguma besteira para rir nas redes sociais. Pois é, nem isso eu encontrei. O que eu vi foram fotos, muitas fotos dos rostos de pessoas na minha timeline. Todas elas faziam questão de mostrar onde estavam, o que estavam fazendo e como estavam lindas e felizes. Lembrei de um livro - muito chato que, confesso, fui obrigada a ler no colégio - chamado Pollyanna. Eu era criança e, na época, o livro não fez sentido algum a não ser aquela felicidade forçada que a menina procurava em tudo. Acho perda de tempo justificar uma analogia tão óbvia. O interessante das fotos era mostrar uma coisa e ser outra. Pelas legendas eu lia felicidade, diversão, amizade, ou seja, sucesso. Entretanto, as imagens diziam outra coisa completamente diferente. Sei lá, uns 85% das fotos só mostravam os rostos das pessoas, como se tiradas por elas mesmas, não se podia ver ao fundo a cidade onde estavam, o que estavam comendo ou bebendo, nem sequer podia ver que haviam outras pessoas junto. O que isso quer dizer? Eu sou feliz e não preciso mostrar? Mas se não preciso, por que estou expondo? Faço isso por que eu quero? O que eu quero, que as pessoas me vejam como um exemplo ou que tenham inveja de mim? Por que eu preciso tanto da opinião (ou só do like mesmo) das pessoas? Eu estou feliz mesmo ou só quero mostrar a felicidade em não ter que usar muletas, como a Pollyanna?

Tudo isso fez um escândalo na minha cabeça ao se juntar com as questões sobre o enaltecimento da sexualidade e a espetacularização da fé.Tentei calar a mente mais uma vez partindo para o lúdico, para a ficção. Fui ver um filme bem tosco e longe da realidade, escolhi um título qualquer com epidemia de vampiros. Minha avó sempre criticava meu gosto para filmes, dizia que a realidade já é muito violenta para ver sangue na TV, mas aquele eu posso desligar, sei que o sangue é falso, que as mortes não são verdadeiras. O verdadeiro filme de terror é um noticiário onde pai estupra filha, filho mata a mãe, uma pessoa mata a outra por uma correntinha de ouro ou celular.

Fato é que não dei sorte com o filme que escolhi, não era nada tosco. Apesar de de tratar de monstros, o verdadeiro vilão eram homens comuns de uma seita que acreditava em sua supremacia e usavam os vampiros para exterminar aqueles que eles consideravam fracos, menores que eles ou ameaçavam seu poder. O que eles faziam era deixar que as pessoas morressem pela sede dos vampiros. Ora se isso não é uma omissão mais que comum na nossa sociedade? Aqueles que se acham melhores, mais poderosos, usam isso para oprimir, humilhar, deixar morrer quem não interessa ou ameça sua soberania.

Percebi que é impossível se isolar mesmo em casa. Que a sociedade nos invade os espaços mais particulares, como escreveu Jurandir Freire Costa. Como conversei outro dia, acho que o público invadiu tanto nossos espaços que o movimento contrário se aproxima. Talvez essa seja a explicação, o verdadeiro motivo para as manifestações que andam acontecendo. São todos os motivos juntos, nos sentimos tão oprimidos pelo público que precisamos de espaço para extravasar. Se não temos este espaço em casa ou em nós mesmos, vamos para a rua!

Desisti de tudo e parti para a música, o Rock, aquele que sempre me aquietou. Vi um documentário sobre o Heavy Metal. Tudo ia muito bem, até investigarem todas as vertentes que descendem dele. Chegaram ao Death Metal e a associação com o satanismo. Foram para a Noruega, referência nesse estilo.

Para continuar, é fundamental um retrocesso histórico. A Península Escandinava tinha uma cultura politeísta (vários deuses), a Mitologia Nórdica, como conhecemos. Durante a expansão do Império Romano, como em toda Europa, os vikings, habitantes da península Escandinava e fieis da Mitologia Nórdica, foram considerados pagãos e forçados ao Cristianismo mediante duras batalhas. Apesar da força do exército viking, as estratégias do exército romano se sobressaíram e eles foram obrigados a se converter. Tempos depois, com a necessidade de se reagrupar para defender Roma e a falta de interesse nas terras nórdicas, o exército romano se retirou deixando alguns representantes e a falta de coerência em toda a violência e submissão usadas. Podemos entender porque existe uma forte rixa com o Catolicismo no lugar, que tem 80% da população Luterana. Essa mágoa histórica é que fundamenta a associação com o Satanismo.

O que o documentário mostrava é que a música popular na Finlândia e Noruega é o Black Metal, que de demoníaco só tem o uso das oitavas e o grave como referência da musica clássica advinda de Richard Wagner. O Death Metal é a vertente radical da coisa, consumido pelos Satanistas que são, na verdade, contra a questão histórica da imposição do Cristianismo, buscam compensação queimando igrejas e fazendo letras contrárias às crenças cristãs. O problema é que na seita satânica, acredita-se que seguir quem eles seguem é um privilégio para poucos merecedores e que os outros são menores, mais fracos e menos dignos que eles.

Ora se nesse ponto não chegamos à mesma argumentação semelhante a do filme? Um retrato da sociedade desigual, onde pequena parte que crê ser mais importante, merecedora, melhor, 'sei-lá-o-quê' que o outro o submete a suas vontades e potências.

Se, por uma visão maniqueísta, considerarmos que essa falta de igualdade e respeito pelo outro é uma questão satanista, devemos olhar para o rabo da nossa própria sociedade e pensar na representação do mal que também estamos adorando. Ou seja, por essa lógica, nossa sociedade também é satanista! Vivemos em competição, uns acreditam ou buscam ser melhores que os outros, quem é melhor tem vantagens, quem tem força coisifica quem é mais fraco, e por ai vai...

Se somos todos adoradores de Satã, por propagar o mal, a inveja e a ganância sobre o bem, o amor e o respeito, até entendo o desespero dos gritos da igreja. Talvez eles também escutem as músicas do meu vizinho e esperam que o som dos gritos de salvação sejam uma resposta a ele, uma tentativa de torná-lo uma pessoa mais respeitosa e com objetivos maiores do que se embriagar ouvindo música pornô com um monte de marmanjo e depois sair bêbado para fazer sei-lá-o-quê com as meninas por coação, coerção ou por que elas pensam parecido e aceitam ou se omitem ao que a música, reflexo (ou sintoma) do pensamento social, as reduz como promessa de inclusão.

O problema é que minha paz ficou no meio disso tudo e a cabeça não está em mim, está lá fora, cogitando as consequências disso tudo para a sociedade, pensando nas ações para o coletivo. O problema é que minha cabeça está em cima do meu corpo. O problema é que acabou a fluoxetina. Será que o problema sou eu? 

Nota:
* Transformar em uma coisa, um objeto, nada que tenha valor, particularidade ou propriedade individual

quarta-feira, 20 de junho de 2012



Se eu soubesse...


Que todas as lágrimas que derramei secariam em sorrisos duradouros.
Que as traições que vivi me fariam ver as coisas de um jeito especial.
Que todas as dificuldades seriam minimizadas na hora certa.
Que dividir é mais sábio que somar.


Que construir é muito melhor que receber pronto.
Que próprio tempo me fizesse perceber sua insignificância.
Que uma brincadeira é mais forte que qualquer mau-humor.
Que aquilo que desvalorizo se tornaria central na minha vida.


Que tudo que passei me preparou para sua chegada.
Que as tristezas me fortaleceriam para estar ao seu lado.
Que correndo atrás eu perceberia que andar junto é mais gostoso.
Que o vazio que as decepções deixaram era para que você preenchesse.


Eu não lamentaria tudo que sofri.
Também não valorizaria o que tenho agora

sábado, 25 de fevereiro de 2012

Gaia




Saí da minha rotina ontem e acabei vendo o jornal na tv. Apesar de não trazer novidade alguma, as notícias internacionais conseguiam ser ainda mais estarrecedoras que as locais. Falaram sobre a fúria dos muçulmanos no Afeganistão pela queima do Alcorão numa base militar americana e sobre a preocupação Norte-Americana com as pesquisas em urânio, subentendendo-se avanços em energia nuclear.

Não entendo nada de química, mas entendo e tento praticar o máximo possível o respeito e não consigo ver o por quê dos EUA ainda estarem no Afeganistão e muito menos a preocupação com as pesquisas alheias. A economia deles não está decadente o suficiente para merecer esta atenção que é tão disponibilizada para a política externa não? Mas que coisa!!! A falta de respeito à soberania dos outros países me irrita.

Sei que estou querendo demais. Se o mundo é formado por nós, como crer em uma evolução se o ser humano está cada vez mais involuído? Se não respeitamos a soberania de quem divide um espaço físico com você, como garantir a de outros países? Mais uma vez, pensar no macro, me remete ao micro. É um espelho que reflete exatamente o que está a sua frente. Se não respeitamos as escolhas das pessoas mais próximas... bom, não pretendo ser redundante.

Quanto ao micro, muitas situações lamentáveis têm me feito pensar, provavelmente muito mais do que deveria. Não sou uma pessoa competitiva, nem quero ser. Não desejo gastar meu tempo olhando ao lado para saber o que está sendo feito para programar minhas atitudes. Prefiro olhar pra dentro e me adaptar ao que está a volta mantendo minha integridade.

A sabedoria de uma menina de agora 7 anos me fez pensar nisso. Ela disse que eu quero mudar o mundo, mas o mundo é que vai acabar me mudando. Respondi que era verdade e que isso provavelmente aconteceria, mas que eu resistiria o máximo que pudesse, que faria e sofreria tudo que fosse necessário para que uma gota de óleo não estrague litros de água. É uma missão árdua, meus estudos incluem essa autoanálise e autoimplicação em tempo integral e isso dói. Dói uma dor que não tem remédio, não tem cura e só o sono alivia, um sono induzido porque o natural é arrancado visceralmente. De um pólo ao outro, a sabedoria de um grande mestre também me inquieta a alma. Ele pergunta: "Qual o remédio para a traição?", sintetizando questões das quais busco uma fuga integralmente.

Sendo o mundo uma expiral, onde vamos girar incansavelmente sem nunca passar pelo mesmo ponto, claro que me vejo na mesma situação atordoante. Uma, duas, três, quatro vezes! Em nenhuma delas foi fácil. É essa a tentativa do mundo de me mudar, me tornar uma pessoa egoísta, mesquinha, frívola, fútil... Posso não ser aquilo que quero, aquilo que me disseram que deveria ser ou aquilo que seria melhor para mim, mas tenho referências negativas que me norteiam e sei perfeitamente o que não quero ser. Não quero ser esse resto. Um produto! Não quero ser desleal. Muito menos, quero um endereço sugestivo, que fale tão claramente a meu respeito.

Não excluo alguém da minha vida por nenhum outro motivo que não suas próprias atitudes. Se em um mundo de opções escolhe-se o mais tortuoso, o mais doloroso não para si, para o outro, é o oposto do que a Ética se apresenta. Palavra difícil, não? Não, atitude em desuso! Se fosse mais constante não seria tão questionada, um tabu. Ética é um bicho-papão porque não se vê, não se experimenta. Fica escondida no escuro da consciência, por isso assusta.

É nesses pensamentos angustiantes que me vem o som que ecoa por todo o labirinto negro e assustador. Se resistir nesse mundo pútrido é necessário, que seja no amor. Se amo a todos, permito que sejam livres, respeito suas soberanias e por mais que doa, prefiro sair de cena. Não quero me misturar ao que é sujo, não quero comer migalhas. Quero me alimentar em uma árvore frondosa cultivada em um bom solo e que tenha sombra. Posso ser nômade em minha busca e, se isso não existir mais, prefiro morrer de fome a comer enlatados, rotulados, sintéticos... falsos.

"Não falo do amor romântico, 
aquelas paixões meladas de tristeza e sofrimento.
Relações de dependência e submissão,
paixões tristes.
Algumas pessoas confundem isso com amor.
Chamam de amor esse querer escravo,
e pensam que o amor é alguma coisa
que pode ser definida,explicada, entendida, julgada.
Pensam que o amor já estava pronto, 
formatado, inteiro, antes de ser experimentado.
Mas é exatamente o oposto, para mim,
que o amor manifesta.
A virtude do amor é sua capacidade
potencial de ser construído, inventado e modificado.
O amor está em movimento eterno, em velocidade infinita.
O amor é um móbile.
Como fotografá-lo?
Como percebê-lo? 
Como se deixar sê-lo?
E como impedir que a imagem sedentária e cansada do amor não nos domine?
Minha resposta?
O amor é o desconhecido.
Mesmo depois de uma vida inteira de amores,
o amor será sempre o desconhecido,
a força luminosa que ao mesmo tempo cega e nos dá uma nova visão.
A imagem que eu tenho do amor é a de um ser em mutação.
O amor quer ser interferido,
quer ser violado,
quer ser transformado a cada instante.
A vida do amor depende dessa interferência. 
A morte do amor é quando, diante do seu labirinto,
decidimos caminhar pela estrada reta.
Ele nos oferece seus oceanos de mares revoltos e profundos,
e nós preferimos o leito de um rio, com início, meio e fim.
Não, não podemos subestimar o amor
não podemos castrá-lo.
O amor não é orgânico.
Não é meu coração que sente o amor.
É a minha alma que o saboreia.
Não é no meu sangue que ele ferve.
O amor faz sua fogueira dionisíaca no meu espírito.
Sua força se mistura com a minha
e nossas pequenas fagulhas ecoam pelo céu
como se fossem novas estrelas recém-nascidas.
O amor brilha.
Como uma aurora colorida e misteriosa, 
como um crepúsculo inundado de beleza e despedida,
o amor grita seu silêncio e nos dá sua música.
Nós dançamos sua felicidade em delírio
porque somos o alimento preferido do amor,
se estivermos também a devorá-lo.
O amor, eu não conheço.
E é exatamente por isso que o desejo 
e me jogo do seu abismo, me aventurando ao seu encontro. 
A vida só existe quando o amor a navega. 
Morrer de amor é a substância de que a Vida é feita.
Ou melhor, só se Vive no amor.
E a língua do amor é a língua que eu falo e escuto".

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Foi, É e Para Sempre Será



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No mercado, outro dia, lembrei que quando bem pequena queria ser uma daquelas meninas que anda de patins para ver preços, trocar mercadorias e pegar troco para o caixa. Achava que era a melhor coisa do mundo poder me divertir andando de patins naquele chão lisinho o dia todo e viver disso.
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Quando cresci mais um pouco, mas ainda criança, queria ser arquiteta. Tinha um balde de Lego (aliás, tenho até hoje!) que montava casas em formatos diferentes. Desenhava a planta no papel antes de montar e a casa era feita aberta, com a divisão dos cômodos à vista e os móveis colocados de forma lógica. Na mesma época, lembro que adorava brincar também com o Meu Pequeno Pônei. Tinha a casinha dele, que na verdade era um estábulo, e imaginava que chovia muito e ele cedia abrigo para as Chuquinhas, bonecas que também tinha coleção. Todas tinham que caber confortavelmente naquele casebre.
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A vontade da Arquitetura durou até os 13 anos, quando acabei o fundamental e tentei a prova para Edificações no CEFET. Não passei e meu pai também conseguiu me convencer que a Informática era a profissão do futuro e que eu levava jeito pra coisa. Ele estava parcialmente certo. Tem muita gente ganhando dinheiro com Informática hoje, mas ao fazer o técnico e um ano de faculdade, vi que não levava o mínimo jeito para ficar atrás de uma mesa de 8 às 17hs de segunda a sexta e não ligava tanto para o dinheiro.
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Patins no mercado? Chuquinhas sem teto com Pônei comunista?
Projetos arquitetônicos em Lego? PC486?

Me vendo muito confusa, ele - como sempre - me ajudou comprando o Guia Abril do Estudante. Bingo! Apesar da adolescência ter nutrido minha vontade de estudar Enologia (para bom entendedor, uma gota é dose), fiquei em dúvida entre as escolhas mais óbvias para as minhas características pessoais: Serviço Social, Ciências Sociais e Psicologia.
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Já deu para notar por alguns posts que tenho problemas graves com burocracias e instituições, Serviço Social estava logicamente fora da jogada. Não consegui vizualizar naquela época uma aplicação profissional para Ciências Sociais... Foi assim que a Psicologia se tornou a ciência da minha vida.
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E é literalmente a ciência da minha vida. Isso tudo aconteceu até meus 17 anos, ou seja, há 13 vivo para a Psicologia porque, é claro (!) não tinha dinheiro para pagar a faculdade e a pública... bom, sinceramente, a pública não era uma opção tão desejada naquela época. Usei os conhecimentos em Informática para conseguir um emprego que ainda não pagava a faculdade. Lá, me ofereceram um aumento de 100% se eu me formasse Técnica em Telecomunicações. Adivinha só? Foi o segundo sacrifício que fiz pela Psicologia. Ano depois, diploma na mão e aumento no banco, comecei a tão sonhada faculdade de Psicologia.
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Meu primeiro dia de aula foi simplesmente mágico! O campus era enorme, exatamente como eu sonhava, e me perdi buscando a salinha lá no fim de tudo. Ao entrar na aula de Filosofia, interrompi o professor que, atenciosamente, me recebeu:
- Estava perdida?
- Sim, professor. Desculpe o atraso.
- Sente-se. Venha se perder conosco.
E me perdi... Entrei num mundo sem volta e me apaixonei perdidamente pelas questões do ser humano no mundo.
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Além dessa, lembro perfeitamente de tantas outras aulas que ratificaram minha escolha. Em Introdução à Psicologia, me espantei ao descobrir que as árvores não existem, mas sim, os feixes luminosos que elas refletem, ou seja, nossa percepção é que faz com que elas sejam no mundo. Em Psicanálise, me choquei com o palavreado usado na atuação perfeita da professora ao nos ensinar usando como exemplo uma mulher moderna, executiva de sucesso, com um problema ginecológico sem causa orgânica. Em Psicologia Hospitalar me gabei de terminar o semestre com média 9.5 e nos estágios, gelei no primeiro atendimento quando o paciente me pôs para fora do quarto aos gritos. Mas nada, nada foi igual à descoberta da Análise Institucional. Se me perdi no primeiro dia de aula, foi alí que me encontrei. Percebi que minha vida profissional e a forma como desenvolvi minha personalidade tinham encontrado um ponto em comum e que, mais do que me divertir andando de patins nos mercados, ou me contentando em não ter que ficar presa na frente de um computador 40hs/semana por dinheiro, eu seria feliz com mais quesionamentos que respostas, mas acima de tudo, fazendo alguma coisa de útil pela sociedade.
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Para entender melhor isso tudo, entrei de cabeça na História. Foi um ano de aulas, um grupo de estudo e muitos livros e palestras. Encontrei a convergência entre o político e o social. Me atrevi dando mais um passo à Psicologia e Análise Institucional, assisti um ano e meio de aulas como ouvinte no mestrado.
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Agora, a vida faz sentido novamente. É tudo novo de novo, como diz a música do Moska. Há um ano larguei tudo que fiz pela Psicologia para me dedicar exclusivamente à Psicologia e todas as coisas que a atravessam. Confesso que mergulhar do alto onde subi é muito assustador. Depois de conquistar tantas coisas profissionalmente, me vejo recomeçando, porém, em algo que desejei por muito tempo. Me jogo de cabeça, sabendo que a queda é alta, mas o lago é profundo. Conquistar uma vaga no Mestrado é o primeiro passo de muitos que, espero, venham ao meu caminho.
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Com todos os altos e baixos que o estudo das humanidades nos leva, já fiquei doente, fui criticada por enlouquecer de tanto estudar, chamada de comunista, sumi da vida social e de amigos, abdiquei de relacionamentos... Essa é a minha contradição, um egoísmo que prima pelo coletivo. Pois é, tenho a capacidade de criar mais perguntas do que dar respostas, mas posso garantir que essas perguntas farão algum sentido algum dia. O dia que muitas outras perguntas mais complexas ocuparem nossas mentes.
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Nesse ponto, você deve estar questionando porque está perdendo seu tempo lendo isso tudo quando nos outros blogs as pessoas descrevem tantas outras coisas mais interessantes. A pesquisa é minha atual aventura que não é mais cotidiana, não há rotina. Esse é o espaço das catarses e... ah, sei lá! Talvez só tenha querido dividir meu caminho, minhas alegrias e expectativas por um futuro que estou ansiosa por recomeçar agora. Tenho sobrinhas muito presentes na minha vida que, por alguma razão que desconheço, levam a sério as coisas que falo. Fica então o registro de como as coisas estão acontecendo comigo. Quem tiver do meu lado saberá o fim do caminho, ou o meio, espero! O fim, pretendo deixar para alguém continuar por este mundo.
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Obrigada pela paciência e o apoio!
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Tudo Novo De Novo, Moska (Vídeo legendado)
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*** Não é o fim do blog não, hein!!!

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Por Quê


Já faz um tempo que venho tentando escrever, mas anda meio complicado organizar os pensamentos. Então, se as coisas não parecerem ter sentido, é porque elas realmente não têm.
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Aliás, sentido talvez seja o tema da vez. Quando crianças, insistimos com todos e tudo por um por quê. Isso pode ser bastante irritante, principalmente quando as crianças ativam o modo espírito de porco e o fazem repetidamente por pura implicância, mas é muito importante nesse momento entender algumas coisas. Depois, nosso ego nos faz acreditar que sabemos tudo e não aceitamos explicação pra mais nada. Somos senhores da razão, donos de uma verdade que, descobrimos, com o tempo e alguma dificuldade, que não existe. É nessa hora que o "por quê existencial" ataca e se torna perigoso. Se nossa visão for demasiadamente longelínea, podemos olhar tão distante que esquecemos o que está perto. Com lunetas vemos estrelas, mas tropeçamos em pedras a centímetros de distância. Ou pior, podemos trombar com pessoas próximas.
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Pode ser desesperador perder-se em si, mas o importante, creio, é, em algum lugar desse processo, perceber que temos pessoas por perto que nos dão sentido. São essas pessoas que organizam nosso caminho e é nelas que temos que nos apoiar. Não como um estorvo, como uma tábua que cai com o vento ou que não deixa a outra pessoa se mexer. Por mais que estar abraçado seja confortável e gostoso, em algum momento o corpo cansa e precisamos mudar de posição. Temos que nos apoiar andando juntos, respeitando o outro ACIMA DE TUDO. Egoísmo não tem lugar no cotidiano de quem quer o bem. Por mais que tenhamos que respeitar nossas vontades e desejos, nada justifica magoar outra pessoa para fazer o que queremos e toda ação tem uma reação. Ter consciência disso se chama responsabilidade.
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Conheci o Collective Soul nos anos 90 ainda e desde lá "The World I Know"é uma música que se destaca, mas nunca fez tanto sentido como agora. Vou colocar o clipe e a letra para ser melhor compreendida.

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Letra: http://letras.terra.com.br/collective-soul/8177/traducao.html

Vídeo: http://www.youtube.com/watch?v=n7TLTjqUyog

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Meus objetivos pessoais tem sentido amplo. Mesmo sendo chamada de 'Xiita' desde pequena pelo próprio pai, de alguma forma, me orgulho disso (e sei que ele também). Demonstra personalidade e engajamento, mas, ao contrário do que todos possam pensar, minha luta não é política, é social e isso faz toda diferença porque me aproxima de possibilidades reais de mudança. Não sou melhor do que ninguém. O que me leva a crer que, querendo, qualquer um pode tentar.
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O mundo está aí, a globalização não trouxe os efeitos que os otimistas pensaram, mas transformou tudo num grande bloco igual. Voltamos à Pangéia! Se retornássemos à vida selvagem estaríamos extintos ou dominando? Resposta fácil, já que estamos no meio da selvageria proporcionada pela individualização e o egoísmo. O povo Celta era taxado de selvagem, mas sua violência era fruto de um ideal. Defender com paixão sua família e terra (não no sentido capital, mas de sobrevivência, origem) não me parece ato de selvageria. A invasão dessas terras e a escravidão por pura acumulação de poder, sim.
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A História nos fornece tudo que precisamos para aprender com nossos erros e melhorar as coisas, mas como anda a educação? A ignorância pode ser uma dádiva, mas só pra quem detém o conhecimento.
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Combater o mal social do egoísmo, esse é o sentido! Não é tão difícil... E desisitir de tentar pode ser o maior egoísmo de todos.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Ocupar é Preciso


Muito sumida, por motivos já ditos anteriormente "y otrás cositas más", mas nunca esquecendo esse espaço que tenho com tanto carinho.

Descobri esses dias que tenho um leitor fiel e que reclamou dos espaços - demadiadamente longos, assumo - entre as postagens. Então, Léo, mesmo sem ter muitas idéias organizadas para expor, esse post vai em sua homenagem, apesar de achar que com essa motivação talvez devesse escrever sobre amizade, primeiras impressões erradas ou falhas de comunicação não verbal... hehehe

Bom, tenho estudado mais do que consigo e menos do que preciso e nessas andanças bibliográficas me deparei com um valagume na escuridão do túnel social que vivemos (ou, pelo menos, do que eu vivo). No meio da podridão infindável e, infelizmente, necessária, esse vagalume se chama luta e a luz que ele emana, esperança. Tudo indica que os formatos prontos de existir que nos são vendidos - e comprados com grande prazer nesse mercado nefasto e imprenscindível que nos colocamos - vieram pra ficar e a internet tem seus dois lados. Sem deixar de considerar o lado ruim, vamos falar hoje apenas do lado bom. Prometo voltar pra falar de ambos em um só texto.

Fato é que tá rolando na Cinelândia um movimento de resistência legítimo porque ainda não foi apreendido pelas insitutições ou mídia. A proposta parece ser bem interessante, mais ainda porque não existe um objetivo claro, ou seja, é representação do mais puro devir descrito por Deleuze. Ao que parece, as pessoas se cansaram de sua posição passiva diante disso tudo e resolveram ir pra rua falar, ouvir, ocupar e ver no que vai dar. Achei esses dois arquivos importantes sobre o evento e pretendo depois passar lá pra falar com mais propriedade. Por enquanto, me proponho apenas a ajudar a reverberar esse grito tão entalado na garganta de todo mundo.

Site http://ocupario.intergalactico.org/

Vídeo http://www.youtube.com/watch?v=0fKhomILE_k

A inspiração disso veio de movimentos de resistência que aconteceram em Wall Street e, por isso, a referência ao papel da internet nesse papo todo. Além, é claro, dessa divulgação que me proponho a fazer.

Depois dou mais notícias.