quarta-feira, 31 de março de 2010

Organismo



Imagem criada por acaso com o colapso de células sobrepostas a pilares de polímeros com 10 micrômetros de altura. Os cientistas estudavam as forças exercidas pelas células e foram surpreendidos pelo aparecimento das formas. A imagem recebeu menção honrosa. ('Flower Power' - foto: Russell Taylor, Briana K. Whitake e Briana L. Carstens, University of North Carolina) Fonte: clique aqui

Coisas belas acontecem dentro de nós, é só percebê-las e deixar extravasar.

sexta-feira, 26 de março de 2010

Carta Aos Meus Amigos



Mes amis,
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Tenho ouvido comentários de quem me conhece há muito tempo que tem me preocupado. Apesar de saber que vcs me amam e que tudo não passa de pura implicância (rs), encontrei esse texto que justifica muita coisa.
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Principalmente, ele mostra que eu não mudei nem um centímetro daquilo que sempre fui ou acreditei, só mostra como me encontrei. Que eu só pareço calma, todo mundo sempre soube, mas prefiro dizer que sou apaixonada por algumas coisas, psicanaliticamente, representa melhor meus sintomas, principalmente minha atual tendência "monotemática” que é exatamente onde entra a preocupação que expressei no início.
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E ainda vou além, conhecendo meu povo como eu conheço, TODOS VOCÊS SÃO DE ESQUERDA, tá bom!? :p
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Amo vcs!!!
Marcellinha
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24/03/2010Três homens de esquerda
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Por Fernando Evangelista
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O governo Lula trouxe à baila uma discussão que alguns intelectuais, daqui e de fora, haviam decretado como ultrapassado: o que é ser de esquerda hoje? O presidente, mesmo sem querer, ressuscitou o debate ainda no início do seu segundo mandato, deixando muita gente confusa.
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O problema é que a dúvida durou pouco e ficou mais ou menos assim: exceto alguns inexpressivos grupos partidários, é de esquerda quem apóia o governo Lula, é de direita quem o critica. O curioso é que o próprio presidente disse, em mais de uma ocasião, que não é e nunca foi de esquerda. Porém, algumas coisas devem ser ignoradas porque senão tudo perde o sentido.
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Vive-se um Fla-Flu político pouco polido e muito raivoso, e quanto mais próximas as eleições, maiores os decibéis da gritaria entre simpatizantes e críticos do governo. Por isso, de maneira simples e objetiva, destaco algumas posturas que, na minha visão, seriam os pressupostos formadores do homem ou da mulher de esquerda.
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Escolhas
Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
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É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
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É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
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Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
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Continua em
http://carosamigos.terra.com.br/

terça-feira, 23 de março de 2010

Não é SPAM



Engraçado como notícias se espalham como vírus nessa era digital. Cuidado! Algumas contém vírus mesmo. Não me refiro aos programinhas para destruir seu computador. Esses são chatos, mas já temos informação suficiente para nos defender. O que não temos informação para nos defender é sobre nossa própria história.
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Tenho recebido uma série de e-mails relatando casos terroristas acontecidos entre 1964 e 1985. O último contava de um pobre fuzileiro muito prestativo que "teve a vida brutalmente ceifada... em um atentado terrorista vil e covarde posto em prática por grupos radicais de esquerda, formados por muitas pessoas que estão no poder hoje". A conclusão mostra que ele não teve "a menor chance de defesa", pois estava de costas ajudando vítimas de uma colisão entre carros quando uma bomba "despedaçou seu corpo".
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Toda morte é lamentável. Sendo brutal ou não, nossa humanidade não nos permite - ou não deveria - passar por uma informação dessas indiferentemente. Como se diz: um erro não justifica o outro, mas, se a intenção é comover a população para crimes que ocorreram na época, seria interessante falar também de tantas pessoas que não tiveram chance de se defender porque estavam amarradas enquanto eram torturadas, mutiladas ou estupradas pelo governo ditatorial vigente na época. Não se pode descrever seus cadáveres, nunca foram vistos. Jazem indigentemente em covas rasas.
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Também é lamentável ver a falta de argumento e o desespero sensacionalista com que um assunto sério está sendo tratado. Nunca foi segredo que quem está no poder hoje veio da esquerda. Foi escolha do povo duas vezes. Também não é segredo que quem está no poder tenta mantê-lo no mesmo caminho indicando seus sucessores. Reza a democracia que o povo decida seu próprio destino político.
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Mais do que lamentável, é vergonhoso descobrir que a grande massa brasileira não pode decidir seu futuro porque não conhece seu passado e há muito que não recebe educação para discernir informações e questionar suas fontes. Esta mesma educação esteve em desenvolvimento com a Reforma Capanema e manteve-se como foco até o governo Jango, onde a ditadura militar se instaurou ceifando a democracia e usando a educação como forma de controle social. Então, quem é subversivo: aquele que derruba a democracia ou quem quer reavê-la? Se o tanto que aprendemos sobre o Brasil colônia e império na escola já é questionável, imagine o pouquíssimo que vemos sobre o Brasil república!
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Não considere este texto como apologia política, mas um convite à buscar fontes alternativas sobre o tema BRASIL. Se o ensino institucionalizado não promove este conhecimento, contamos com sorte e boa vontade para que a curiosidade nos salve com nossas próprias conclusões.
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segunda-feira, 8 de março de 2010

Coisas Belas e Bizarras



Acordei atrasada. O relógio não despertou, nem eu. Como sempre, ninguém para substituí-lo. Não dava mais tempo de pegar o ônibus, troquei pelo carro. Fui à reunião, trabalhei. Conversei sobre vários assuntos. Andei sozinha de calça e camiseta pelo Centro carregando um livro subversivo e ouvindo rock no fone. Almocei em uma daquelas mesas coletivas repletas de homens. Jantei com uma amiga. Peguei o carro, passei no mercado, cheguei em casa. Tomei banho e deitei para estudar até dormir.

Não há nada de estranho, certo? Se voltarmos no tempo é possível perceber que as coisas mais simples da nossa rotina são fruto de grandes conquistas. Uma mulher de vinte e oito anos solteira era uma aberração em outros períodos da vida em sociedade, assim como dirigir ou trabalhar. Andar sozinha pelas ruas era uma afronta aos valores familiares, andar de calças e com os braços desnudos também. Livros subversivos? Comunista! Rock’n’roll só depois dos anos 60. Adentrar um recinto predominantemente masculino não é atitude de uma dama, que também não deve conversar sobre certos assuntos. A mulher deve ser prendada, estudar música, artes, crochê... Seu futuro é o casamento e deve estar à disposição do marido.

Recebemos hoje os parabéns pelo Dia Internacional da Mulher e ficamos realmente lisonjeadas. Digo que não há nada mais comovente que o olhar de um homem apaixonado, é realmente tocante vê-los atidos aos encantos femininos. Porém, acredito que é válido usar ao menos esse dia para uma reflexão sobre as conquistas e valorizá-las. Temos direitos civis iguais aos dos homens. Devemos lutar pelos direitos sociais, mas respeitando as diferenças (deveríamos respeitar as diferenças entre todos os seres vivos, mas...). Entender os subterfúgios do preconceito sem se igualar aos ofensores. Vencer a opressão contendo os opressores. Queimamos sutiã buscando liberdade e não nos deixemos subjugar aos silicones!
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Parabéns para quem não se conforma, para quem argumenta, quem respeita! Seja qual for o gênero, etnia, crença, idade, formação...
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*** Esse é seu, Rico! Obrigada por lembrar ***

sexta-feira, 5 de março de 2010

De Volta aos 90



Meus amigos costumam dizer que parei nos anos 90. Isso se justifica pelo meu gosto musical e, assumo minhas roupas. Ainda uso o velho casaco de flanela e o tênis que fui ao meu primeiro show em 96. Enfrentar a rotina nesse mundo estranho já é irritante demais para eu ter que usar roupas que não sejam confortáveis. Também continuo assistindo shows de bandinhas locais. Aliás, é meu programa favorito! E sim, frequento esses shows com os mesmos amigos que tinha nos anos 90, além de algumas ótimas aquisições que vieram depois. Minha vida social não costuma ser muito diferente daquela época. Meu copo continua cheio e eu gosto muito disso.

O que realmente estou gostando é o retorno das grandes bandas dos anos 90. Depois do show do Radiohead, em março do ano passado, pensei: "Pronto! Assisti aos shows das bandas que eu gostava e ainda existem". Logo depois disso, vi anúncios de shows do Alice in Chains na Europa e em setembro veio o lançamento de "Black Gives Way to Blue". Como todo mundo, fiquei receosa com o que poderia vir. Substituir Layne Staley não é para qualquer um e foi exatamente isso que achei mais interessante no álbum. William DuVall fez um bom trabalho sem tentar imitar Layne Staley. Claaaaro que o Jerry Cantrell e o resto da banda é que dão a cara de Alice in Chains no álbum. mas depois de ouvi-lo, a sensação é a de comida de vó que todos bons álbuns devem ter: você fica satisfeito, mas é tão bom que aceita mais um pouquinho.

A posse de Obama no início de 2009 fez a felicidade dos liberais americanos e trouxe esperança... política? Que nada! De que o Pearl Jam volte ao Brasil. Foi o que Eddie Vedder nos prometeu em português logo após cantar "Black". "A próxima vez que tocarmos aqui o mundo será melhor porque George Bush não será mais presidente". Nossa esperança foi precipitada, pois, se interpretarmos a frase ao pé da letra, eles podem voltar em qualquer período entre janeiro de 2009 e o último dia da vida de um deles. Vida longa e breve retorno ao Pearl Jam! Quem sabe se ajudarmos a fazer do mundo um lugar melhor a turnê do "Backspace" não passa por aqui? Pode ser um bom incentivo para levantar da cadeira.

Em 2006 o Smashing Pumpkins voltou. Fez o "Zeitgeist" meio sem credibilidade em 2007 e, como anunciado, está distribuindo online o "Teargarden by Kaleidyscope", desde setembro de 2009. No site tem três das quarenta e quatro músicas para download. Gostei delas! Nada como as melhores entre o "Siamese Dream" e o "Machina", mas "A Song for a Son" é bem legalzinha.

No início desse ano tivemos outras boas notícias. Chris Cornell desistiu da vida POP e voltou às origens, de onde nunca deveria ter saído. Vamos ver o que o Soundgarden está preparando. Ontem liberaram uma versão ao vivo de "Spoonman". Baixei, mas o arquivo estava corrompido. O Stone Temple Pilots tembém se pronunciou. Sóbrio, Scott Weiland e o grupo se preparam para lançar seu novo álbum em maio e estão com a agenda cheia desde o início do ano. Shirley Manson afirmou que "passou um tempo" com seus colegas de banda em estúdio, mas não foi muito mais clara do que isso e Courtney Love promete lançar seu novo trabalho com o Hole em 27 de abril.

No embalo dos renascimentos das bandas antigas, vai aparecer alguém se dizendo a reencarnação do Kurt Cobain que convencerá o Krist Novoselic a fazer implantes de cabelo e voltar a tocar Rock'n'Roll. Acho que o Dave Grohl larga o Foo Fighters na hora!

A dúvida que paira sobre toda essa movimentação é onde o Brasil se encaixa. Vou ser mais específica ainda, onde o Rio de Janeiro se encaixa nisso? Quando é que o Rock in Rio vai voltar a ser no Rio? Mais importante ainda, quanto é que vamos pagar quando essas bandas resolverem aparecer aqui? Diante dos preços dos últimos shows... tenho até medo da resposta. Nossa última grande perda foi o Placebo, que fez uma obra de arte com "Battle for the Sun". Agurado ansiosamente um festival grunge e quando fizerem incluam o Days of the New, Mudhoney, Screeaming Trees, Candlebox.... GOSTO MUITO!!! (mas não pago pista vip)