quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Por Quê


Já faz um tempo que venho tentando escrever, mas anda meio complicado organizar os pensamentos. Então, se as coisas não parecerem ter sentido, é porque elas realmente não têm.
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Aliás, sentido talvez seja o tema da vez. Quando crianças, insistimos com todos e tudo por um por quê. Isso pode ser bastante irritante, principalmente quando as crianças ativam o modo espírito de porco e o fazem repetidamente por pura implicância, mas é muito importante nesse momento entender algumas coisas. Depois, nosso ego nos faz acreditar que sabemos tudo e não aceitamos explicação pra mais nada. Somos senhores da razão, donos de uma verdade que, descobrimos, com o tempo e alguma dificuldade, que não existe. É nessa hora que o "por quê existencial" ataca e se torna perigoso. Se nossa visão for demasiadamente longelínea, podemos olhar tão distante que esquecemos o que está perto. Com lunetas vemos estrelas, mas tropeçamos em pedras a centímetros de distância. Ou pior, podemos trombar com pessoas próximas.
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Pode ser desesperador perder-se em si, mas o importante, creio, é, em algum lugar desse processo, perceber que temos pessoas por perto que nos dão sentido. São essas pessoas que organizam nosso caminho e é nelas que temos que nos apoiar. Não como um estorvo, como uma tábua que cai com o vento ou que não deixa a outra pessoa se mexer. Por mais que estar abraçado seja confortável e gostoso, em algum momento o corpo cansa e precisamos mudar de posição. Temos que nos apoiar andando juntos, respeitando o outro ACIMA DE TUDO. Egoísmo não tem lugar no cotidiano de quem quer o bem. Por mais que tenhamos que respeitar nossas vontades e desejos, nada justifica magoar outra pessoa para fazer o que queremos e toda ação tem uma reação. Ter consciência disso se chama responsabilidade.
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Conheci o Collective Soul nos anos 90 ainda e desde lá "The World I Know"é uma música que se destaca, mas nunca fez tanto sentido como agora. Vou colocar o clipe e a letra para ser melhor compreendida.

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Letra: http://letras.terra.com.br/collective-soul/8177/traducao.html

Vídeo: http://www.youtube.com/watch?v=n7TLTjqUyog

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Meus objetivos pessoais tem sentido amplo. Mesmo sendo chamada de 'Xiita' desde pequena pelo próprio pai, de alguma forma, me orgulho disso (e sei que ele também). Demonstra personalidade e engajamento, mas, ao contrário do que todos possam pensar, minha luta não é política, é social e isso faz toda diferença porque me aproxima de possibilidades reais de mudança. Não sou melhor do que ninguém. O que me leva a crer que, querendo, qualquer um pode tentar.
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O mundo está aí, a globalização não trouxe os efeitos que os otimistas pensaram, mas transformou tudo num grande bloco igual. Voltamos à Pangéia! Se retornássemos à vida selvagem estaríamos extintos ou dominando? Resposta fácil, já que estamos no meio da selvageria proporcionada pela individualização e o egoísmo. O povo Celta era taxado de selvagem, mas sua violência era fruto de um ideal. Defender com paixão sua família e terra (não no sentido capital, mas de sobrevivência, origem) não me parece ato de selvageria. A invasão dessas terras e a escravidão por pura acumulação de poder, sim.
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A História nos fornece tudo que precisamos para aprender com nossos erros e melhorar as coisas, mas como anda a educação? A ignorância pode ser uma dádiva, mas só pra quem detém o conhecimento.
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Combater o mal social do egoísmo, esse é o sentido! Não é tão difícil... E desisitir de tentar pode ser o maior egoísmo de todos.

Um comentário:

Marcelo disse...

A música criou o clima parfeito para a leitura.

Realmente minha querida, o egoismo consome nossa humanidade e nos torna cegos para com os outros.

Também topo combatê-lo! Vamos compartilhar cordialidade e solidariedade?

bj grande
Paz