quinta-feira, 28 de outubro de 2010

L'Amour


Dizem que política, futebol e religião não se deve discutir. Tenho usado este espaço para falar bastante de política, já que é um assunto que me incomoda muito. A copa do mundo também foi tema recorrente e meu time, mesmo não estando em sua melhor fase, não deixou de ter seu espaço. Religião para mim é coisa íntima demais. Cada um tem suas experiências que as fazem acreditar (ou não) no que lhe convém, e, sinceramente, o que acredito é que a "re-ligação", à que se propõe o nome, é mas valiosa que qualquer doutrina. Portanto, nenhum desses temas teve diálogo restrito.
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O grande dogma até agora foi o amor. Já comentei sobre comportamente, mas não havia me atrevido a falar sobre esse sentimento tão misterioso e cheio de estereótipos. Acho que é necessário esclarecimento para escrever com certa coerência, e razão e amor são coisas antagônicas.
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Li outro dia algo do tipo "se o amor não chegou" e pensei muito na forma como o vemos. O amor romântico, como conhecemos, é tão cobiçado que nos cega para as outras formas de amor. Como viver uma vida, mesmo que breve, sem amor? Por pior que seja sua realidade, o amor nos transborda de tal forma que escolhemos pessoas, animais, objetos, lugares, sensações... Amamos tanto que o despejamos em qualquer coisa. Esses amores sempre vêm e quando o amor romântico se vai, são esses amores menos valorizados que nos fazem querer continuar, inclusive com a pessoa que amamos. Isso porque não devemos amar as pessoas de uma só maneira. Não amamos o objeto pessoa, amamos o conjunto pessoa, amamos egoísticamente a forma como ela nos faz sentir.
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Às vezes acontece de não sermos correspondidos no amor romântico e... nossa, queremos morrer!!! Mas isso é só um problema de ritmo. Vamos ser realistas? Qual a probabilidade de gostarmos da mesma pessoa que gosta da gente no mesmo momento em que os dois estão disponíveis e dispostos a ter um relacionamento? É por este índice ínfimo que recorremos à conquista que nada mais é que um jogo de poder. Parece ruim, mas não é. Só se deixa "dominar" quem quer, então, essa também é uma forma de corresponder. O amor romântico segue padrões sociais, tem formato concreto, específico e popular. É em seu nome que contratos são firmados tornando o só indigno, incompreendido. Mas o só também ama, às vezes, tanto que não se pode derramar tudo em uma pessoa só, é preciso amar tudo.
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De qualquer forma, se não se sente correspondido por um amor, faça-o crescer. Ame todas as coisas, principalmente as mais simples. Olhe para cima, deixe seus olhos passarem pelos arranha-céus e veja como o céu é bonito, observe como as plantas insistem em nascer no meio do concreto, como o cachorro mais triste na rua ainda te olha como a esperança de um carinho, como as crianças te encaram buscando um sorriso, como a pessoa de roupa estranha se arrumou toda buscando um elogio. Libere seu amor, ele é toxico, se ficar guardado pode fazer mal.
Alguns amores:
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Liberdade
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Natureza
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Amigos
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Família
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Música

Um comentário:

dayvid disse...

Lindas imagens e palavras.

Adorei o post!